As serpentes criadoras de suprimentos
para verem o aumento da prostituição deveriam ser colocadas na prisão, pois isso
é um crime.
O rio serpentino
A mulher, porém, fugiu para o deserto,
onde DEUS lhe havia preparado lugar para nele a sustentarem durante mil
duzentos e sessenta dias.
Apocalipse
de JESUS segundo João, cap. 12:6.
Quanta gente
se debate
Numa terrível
arte:
Colocar vários
tropeços
No caminho da
mulher
Para que ela
Perca a sua Fé
E parta para a
prostituição.
Quanta mente
cretina
Acha que a
menina
Tem de se
prostituir.
Deve
movimentar o corpo
Para não ficar
morto:
Mentira!
Toda menina é
mãe
De grandes
feitos
Sem servir aos pretextos
De homens sem honra.
E são tão “caridosos”
Que aumentam o
número de camisinhas
Para as filhas
de honrosas famílias
Partirem para
a prevaricação,
Levando-as à
condição
De simples
prostitutas.
E os pais o
que fazem?
Não vão abrir
a boca
Contra essa
gente louca
Que as
deprava?
Muita mente
deformada
Já com entrada
No planeta Absinto
Quer que a
mulher mãe
Aborte o seu
filho
Para que ela
perca o brilho
Da Divina
Maternidade.
Quanto cafetão
Vende diversas
moças
Para ganhar
dinheiro
Como se elas
fizessem parte
De seu sujo pardieiro.
Que é isso
Senão a
serpente
Abrindo a sua
boca
Como uma louca
Para vender
corpos?
Que é isso
Senão um
tremendo dragão
Perseguindo as mulheres
Como um furacão?
A mulher deve ir para o deserto
Para fugir do
espectro
Da terrível
escravidão.
Como?
Procurando
sadia diversão,
Estudando,
trabalhando,
Praticando esporte
E sempre o Bem
realizando
Para sair da
vista da serpente.
Não seja o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Cecília Meireles – Escritora,
Professora, Jornalista e Poetisa Brasileira (1901 – 1964)
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